domingo, 25 de novembro de 2012

"Ciumar"



São 6h da manhã, e continuo sentado na varanda do meu quarto.
Corpo quieto, pálido, sem reacção, mas alma deambulante por pensamentos e ilusões que atormentam a (minha) quietude.
Vou degustando o cigarro que lentamente se vai apagando e desaparecendo à medida que as horas passam.
Não falamos à horas, mas não é esse o problema.
O dilema é que a conversa terminou em discussão, e o orgulho impede a retoma do que outrora tão bem nos fazia.
Fisicamente continuo ali, ao frio, mas mentalmente estou ao teu lado, a sussurrar-te ao ouvido o medo que tenho de te perder!
Recosto a cabeça, e um fio de amor caí-me pelos olhos, pela mágoa que em mim deixaste, mas principalmente pela ausência de sentir o teu mundo dentro do meu.
Apago o que resta do cigarro, e desejo que ali estejas, deitada, ao meu lado, e que juntos nos conheçamos um ao outro, que a minha mão percorra o teu rosto, e que teus lábios voltem para junto dos meus.
Não vou ser hipócrita, nem acreditar que não te quero mais uma vez.
Sim, quero-te mais uma vez, e outra, e outra, e outra...
Quero-te, e ainda não é tarde, pois não?