sábado, 11 de agosto de 2012

"Ornatos de verdades"



Precisamos de falar!
Não me sinto bem com a nossa (agora antiga) relação!
Por isso vamos (juntos), descalça essas tuas sandálias castanhas que tanto gostas; sente a dureza mas também a macidez da areia ao tocar nos teus pés, olha-me nos olhos e corre, molha os teus pés na gélida àgua da praia em que nos encontramos, olha para trás, agarra-me na mão e vem comigo, não interessa onde!
Vem (ao meu lado), deixa esvoaçar teus longos cabelos loiros, escolhe o melhor local, ou o pior, não interessa, guarda só a essência, a verdadeira importância.
Já escolheste? Sentemo-nos então, próximos, mas não demasiado para não nos desviarmos do que outrora parecia certo e verdadeiro.
Levanta esses pequenos olhos de encontro aos meus e ouve-me calmamente, sem pressas, sem desvios, sem mentiras.
Vou ser totalmente sincero contigo, vou demonstrar-te as coisas como eu as vejo, como eu as sinto, sem adornos, sem omissões.
Vamos então começar, mantêm-te focada em mim, mas não demasiado visto que agora somos dois mundos diferentes, separados!
Deita-te então ao meu lado, e sente os pequenos grãos de areia a acariciar as tuas costas!
Chega-te mais um pouco, escuta o que preciso de te dizer.
Sabes a (nossa) história, o caminho que cada um percorreu, que nunca te esqueci; nunca consegui fazê-lo!
Não consegui, e sabes porquê?
Não? Pensa então no sentimento que (já) me uniu a ti, nas suas características-chave.
Percebes agora?
Mas não fiquemos por aqui, ainda há muito por dizer, muito por desmascarar!
Mas chega de falar de mim, do que quero ou melhor do que tanto queria!
Centremo-nos no acutilante ser desencadeador de todas estas linhas.
Sei como és e o que és, do que gostas, do que não gostas, com o que sonhas, dos teus medos, das tuas (in)certezas, sei que sabes que sei que acreditas que se est(ava) contigo é porque aceit(ava) e gost(ava) das características da tua esfera!
E ao acreditares, não mentes, sim gosto de ti, e tu sabê-lo melhor do que ninguém!
Sei que pensas que gostava que mudasses muito em ti, mas digo-te: nada mais errado!
Não quero que mudes, quero apenas que percebas este ponto de vista e reflitas sobre a tua e a minha posição: acredito que essa máscara que usas e que tão camaleonicamente esconde a tua verdadeira faceta, resulta de algo que também tu me fizeste durante todo este tempo.
Senão vejamos: também tu te deste incondicionalmente, e acredito que por razões que nem tu consegues controlar, a tua forma de ser acabou por desaparecer tornando-te um ser (falsamente) forte, digo até aparentemente indestrutível por fora, mas com inúmeras inseguranças por dentro.
Atrevo-me até a dizer que muito provavelmente juras-te que nunca farias o que te fizeram, que nunca serias como essa pessoa.
Agora pensa, achas que estás a seguir o caminho certo?
Acredita, não estás! Talvez agora não concordes comigo, mas um dia talvez te apercebas de quem sou, do que fiz por ti, mais: de tudo o que não tive tempo para te mostrar!
Fui o único perdedor (podes dizê-lo), podes vangloriar-te pela (tua) acção, podes seguir todos os caminhos (que agora) quiseres, mas só te peço uma coisa: devolve-me tudo o que desperdiçaste!
Não deu para manter a relação, mas espero que sejas feliz, porque como alguém disse: nem sempre temos tudo o que queremos!
Desperta, levanta agora a tua cabeça da areia, segue o teu caminho, olha em volta, procura pela pessoa certa, que se adapte a ti e às tuas exigências, torna-te agora a quimera de outra pessoa.
Fá-lo, percorre a praia, dá a mão a outra pessoa, descobre novos lábios, porque nós, nós nunca mais o voltaremos a fazer.

Ps: Acredita, ela ama-te, ela continua presa a ti, ao feitiço que sobre ela criaste!
Não sei o que pretendes fazer, mas digo-te ela nunca mais conseguirá entregar-se numa relação, nem sequer mantê-la, porque continuas a ser tudo para ela.
Atina, e aproveita a sorte que tens, sorte essa que eu não tive.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

"Reflexões"


Não desisti.
Não desisti nem de ti, nem de mim, mas muito menos de nós.
Aliás, não podia tê-lo feito, mas se me perguntares o porquê não saberei dizer-te a razão.
Continuei apenas aqui, ao teu lado, a querer-te (talvez até mais do que deva), a precisar de ti (que tanto sacias como alimentas este meu vício (teu)), enfim a respeitar todas as promessas que tanto eu como tu (inconscientemente) trocamos.
Permaneci! Mas não da mesma forma.
E porquê? Porque percebi que persiste uma pergunta que precisa de ser feita: E eu? Sou o único da tua vida?
Pensa bem, não te precipites, não adornes mais a situação a teu belo prazer.
Descansa, põe-te confortável, esvazia a tua (sincronizada) mente e olha somente em volta; sente o teu coração, ou apenas os teus pensamentos, visto que o carácter racional sempre te moldou a ti e às tuas acções.
Esquece o meu passado, esquece o teu passado, esquece o nosso passado, deixa-te levar, e pensa em quem realmente queres, de quem realmente precisas.
Percebe também ao longo desta (nossa) reflexão que se não te dás a ninguém estás a magoar alguém, muito provavelmente quem não querias!
Mas continua, vamos mais longe, existem inúmeras perguntas à espera de serem feitas!
Continuas confortável? Então fecha os olhos e continua assim em silêncio.
Pensa, se já te fiz sorrir foi porque pouco a pouco foste acreditanto em mim, e nesse mesmo (doce) pouco a pouco fomos construíndo a nossa forma de sentir, que eu não quero que esqueças, somente que sintas!
Estás a sentir? Sente-la a percorrer o teu esbelto corpo?
Abre agora esses teus esverdeados olhos e diz-me: quem venceu esta reflexão?