
Ouviste-me dizê-lo?
Não, seguramente que não. Nem atenção prestaste.
Foram imensas as palavras proferidas, os gestos tomados em vão, os momentos desperdiçados.
Para ti não chegaram os "anseio loucamente por ti...", ou o "és a minha utopia...", ou apenas um breve olhar que transmitia tudo o que havia em mim.
Foram, apenas estúpidas palavras, gestos insignificantes.
Foram apenas páginas que esfolheavas a teu belo prazer.
Porém, ficou tanto por dar.
Mas não.
Não foi isso que te dei.
Dei-te todo o significado que as várias palavras que proferi, tinham.
Dei-te todo o meu desejo.
Pergunto-me se escrever-te, não será um pecado.
Mas se for, não me fará diferença.
Não pararei de escrever, toda a inspiração que me dás.
E mesmo que não leias, o que te escrevo, continuarei a escrever-te, porque és o único fim que quero ter.
Mas caso me vires as costas, sentir-me-ei apenas um estúpido idiota que tenta a todo o custo, desvendar o mistério que trazes contigo.
Porém nesse caso partirei.
Virar-te-ei, também as costas, e caso olhes para trás, e perguntes: "Onde vais?", olharei então para trás, memorizarei a tua perfeita imagem, e dir-te-ei: "Queres viver comigo até ao expoente da loucura?"